Uma alternativa para a gestão da saúde: o pensamento e as práticas lean | IMEB

Uma alternativa para a gestão da saúde: o pensamento e as práticas lean

 

Sugerimos um caminho alternativo para a melhoria do desempenho do setor de saúde – a adoção da gestão lean. É mais simples e não requer investimentos.

Mas é a mais difícil porque requer uma nova maneira de fazer e pensar, muito diferente do tradicional existente hoje.

José Roberto Ferro, presidente e fundador do Lean Institute Brasil (Foto: Divulgação)
JOSÉ ROBERTO FERRO, PRESIDENTE E FUNDADOR DO LEAN INSTITUTE BRASIL (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Precisamos de um sistema de gestão que promova a melhor utilização dos recursos (para que mais recursos se posso usar muito melhor a capacidade escondida hoje pelas ineficiências e desperdícios?). Que garanta a segurança e a qualidade na prática do dia a dia (para que tantas certificações burocráticas, caras?). Que gere as inovações necessárias, eficazes e baratas, pois esse sistema se concentra na resolução de problemas de todos os tipos, desde os operacionais até os mais estratégicos. Isso sem excluir as inovações mais dramáticas, ao estimular um pensamento inovador e desafiador, e também distinto dos princípios hierárquicos, fragmentados e baseados em números da chamada administração moderna.

A boa notícia é que já há um (ainda pequeno) grupo corajoso de organizações de saúde no Brasil, tanto do setor público como do privado, que resolveu encarar esse desafio.

São hospitais e clínicas que estão adotando o sistema lean de gestão. E, com isso, estão melhorando a qualidade do cuidado, eliminando erros e desperdícios de tempo e de recursos, engajando os seus colaboradores e, assim, impactando diretamente o cuidado com o paciente.

No interior de São Paulo, por exemplo, a rede de clínicas do Instituto de Oncologia do Vale, de São José dos Campos, já é um caso referência no tema. Há mais de 10 anos, vem implementando lean. Com isso, conseguiu resultados tão admiráveis que chamou a atenção do grupo D´Or, maior do país no setor de saúde. O grupo se tornou sócio da rede de clínicas e também iniciou sua jornada lean.

Outro exemplo vem do pronto atendimento da unidade de Pompeia do Hospital São Camilo, um dos maiores de São Paulo. Com o lean, vem conseguindo substanciais melhorias no desempenho e, assim, diminuindo o tempo de espera e aumentando a qualidade em seu atendimento.

Caso parecido ocorre também na Imed Group, empresa que há mais de 20 anos presta serviços de medicina intensiva e urgência e que hoje atua em 10 unidades de Terapia Intensiva (UTI) em São Paulo e no interior, reunindo mais de 540 médicos e 34 mil atendimentos por mês. Com o lean, eles estão conseguindo melhorar o atendimento nas UTIs ao conectar as etapas do cuidado de forma mais inteligente e segura, eliminando desperdícios e garantindo qualidade ao mesmo tempo.

São diversos casos como esses que provam que a escassez de recursos não pode ser a “desculpa padrão” para se explicar e justificar o problema da saúde no Brasil. Há diversos casos em todo o país de hospitais e clínicas que estão dando os passos iniciais, aprendendo algumas técnicas e colhendo os primeiros resultados.

Esperamos que esse movimento cresça significativamente a cada ano.

JOSÉ ROBERTO FERRO
presidente do Lean Institute Brasil

Por: Dr. Renato Barra / Categoria: Destaque Notícias

26 de novembro de 2015

Conteúdos Relacionados

Conteúdos Recomendados

DICAS DE SAÚDE

Receba Dicas de Saúde Atualizadas